domingo, 16 de setembro de 2012

LEVANTAMENTO SOBRE SEGURANÇA DOS CONDOMINIOS

LEVANTAMENTO SOBRE SEGURANÇA DOS CONDOMINIOS “A segurança pública é um dever do Estado”, mas já que "a polícia não é onipresente" é essencial "a participação da comunidade para que as polícias, Civil e Militar, obtenham êxito". Há duas razões para que um crime aconteça: vontade e oportunidade. “Quanto à vontade não podemos fazer nada; quanto à oportunidade podemos tomar medidas preventivas de segurança para colaborar com o sistema de segurança pública”. Durante duas semanas fiz os levantamentos aos condomínios das ruas Fernando Machado, Demétrio Ribeiro e Duque de Caxias fazendo visitas na qualidade de vendedor. Os fatos são alarmantes no que tange a segurança dos condomínios e portarias – via somente pessoas despreparadas que ao leve toque na porta elas são franqueadas. Em muitos pedi o telefone do sindico que foi repassado sem qualquer argumento de minha de parte. Em outros edifícios encontrei o quadro na parede com os nomes dos moradores. Fiz pergunta se o senhor “X” ainda morava no prédio dizendo que era um grande amigo meu. E prontamente me passaram o telefone do mesmo. E como diz na gíria a porta foi aberto o assalto já está em andamento. Em outros onde não tinha serviço de portaria ou segurança encontrei maiores dificuldades de penetrar no prédio. É triste a nossa segurança privada. Pessoas sem qualquer qualificação para área são jogadas para cuidar de portaria e segurança. Em uns edifícios pessoas velhos aposentados e totalmente desqualificados. Chego somente a uma conclusão: Noventa (90%) dos assaltos a condomínio acontece por pura culpa da segurança pessoal – pois a maioria é mal preparada e sem qualquer conhecimento de causa, Pessoas sem qualquer qualificação na área que são jogados a sorte. E os dez (10%) são da administração do condomínio que contribuem com a criminalidade. A maioria das firmas de segurança (pseudos seguranças) não está preparada para o ramo. Seu intuito é vender segurança e aparelhos de segurança. Após estas visitas ficou evidenciado que não adianta nada câmaras de segurança, alarmes e etc. se não tivermos material humano qualificado para esta árdua tarefa. A mídia noticiou, infelizmente, o início de uma nova modalidade no contexto da violência urbana: a invasão de condomínios verticais e horizontais. Um edifício no Morumbi, outro no bairro dos Jardins, um condomínio de casas em Cotia, (Grande São Paulo) e outras situações semelhantes no estado do Rio de Janeiro foram alvo, recentemente, da ação de marginais. Há alguns anos, houve uma modalidade de furtos “por atacado” em prédios, onde um ou dois marginais entravam nas garagens dos edifícios, aproveitando uma brecha do sistema de segurança na área de acesso (por exemplo, um vácuo na entrada de um veículo de um condômino, devido à falta de uma comporta eclusa Inter travada, onde um portão só é aberto se o outro estiver fechado, ou um portão de movimentação muito lenta, o que permite uma pessoa passar durante a operação de fechamento deste). O objetivo destes criminosos era o furto de toca-fitas e outros objetos (CDs, óculos, objetos pessoais, etc.), devido à facilidade provocada por incautos moradores que deixavam o seu veículo com as janelas abertas e, às vezes, com a chave no contato. Iam completando sua cota até que o veículo de um proprietário mais consciente da importância de sua participação no sistema de segurança tivesse o seu alarme acionado, chamando a atenção do porteiro ou da segurança do prédio e a polícia fosse acionada. Alguns marginais fugiam com parte da rés furtiva, outros a abandonavam e fugiam, e outros eram presos, após uma busca minuciosa, pelas dependências comuns do prédio (garagens, salão de festas, escadas, elevadores, halls de serviço e social, depósito de materiais de limpeza, salão de jogos, casa de máquinas do elevador, casa de máquinas da piscina, etc.). Em determinadas ocorrências, o furto só era percebido quando o primeiro condômino fosse retirar seu veículo da garagem e verificava a falta de seus objetos. Neste tipo de ação, às vezes, eram atingidos 10 a 15 veículos e o(s) autor(es) saíam da mesma forma que entravam: aproveitando-se da vulnerabilidade, já mencionada anteriormente. Os criminosos já não se contentam em atacar só as áreas da garagem, mas invadem cada unidade do condomínio. Utilizam subterfúgios como alegar um problema na caldeira ou um princípio de incêndio no sistema de ar condicionado central (prédios de alto padrão); aproveitam-se, ainda, de uma situação rotineira, de modo que um empregado doméstico (empregada, cozinheira, babá, passadeira, etc.) ou até mesmo uma criança, ao ouvir a campainha tocar, simplesmente, por imaginar que está totalmente segura, abra a porta sem checar anteriormente quem está tocando a campainha e qual o motivo de sua visita não ter sido anunciada. A maior parte das pessoas, hoje em dia, não utiliza mais aquele sistema antigo de uma corrente na porta, para evitar sua total abertura, no caso de dúvida. Mas lembramos de que, de nada adianta uma corrente de boa qualidade fixada em um frágil batente de porta, pois apenas um “jogo de corpo”, ou mesmo um pontapé pode o desprender de sua base. Outra situação que também deve ser lembrada, é que a distância entre a porta e o batente proporcionada pela corrente é suficiente para que um marginal lhe aponte uma arma, obrigando-o a abri-la. Como evitar sinistros? - A definição de condomínio é domínio de todos, por isso é de suma importância à participação de todos. Quando uma pessoa autoriza a entrada de alguém sem ter certeza de quem se trata, está colocando em risco o patrimônio de todos os condôminos e não apenas o seu. Assim, o condômino não deve abrir sua porta para nenhuma pessoa, mesmo se estiver esperando alguém subir, sem olhar pelo olho mágico; caso não o tenha, o auxílio do zelador deve ser solicitado, pois pode haver uma coincidência de este condômino estar esperando alguém chegar e um bandido tocar sua campainha. Existem disponíveis no mercado olhos mágicos muito eficientes vídeos-porteiro com interfone, travas de aço montado em batentes de aço (para não permitir sua abertura com um chute) e portas blindadas. Os locais noticiados dispunham de equipamentos e efetivo de segurança (cada um com seu dimensionamento e atuação). Entretanto, concluímos que os respectivos planejamentos e sistemas não estavam operando integradamente, pois o marginal sempre atacava o ponto mais frágil do sistema. Lembremo-nos da definição de segurança empresarial: “Função que visa à proteção dos recursos humanos, materiais e financeiros, tangíveis e/ou intangíveis, de uma instituição, através da eliminação, redução ou financiamento dos riscos, conforme seja economicamente mais viável.” O sistema de segurança de cada empreendimento deve ser concebido após a realização de um planejamento em segurança, respeitando-se todas as fases deste processo: • Levantamento e análise de riscos; • Planejamento tático do sistema integrado (recursos humanos tecnológicos e organizacionais trabalhando de forma uníssona); • Planejamento técnico – irá fornecer toda a especificação técnica, forma de implantação, garantia e manutenção preventiva e/ou corretiva dos sistemas; • Planejamento Operacional – fornecerá o detalhamento de quem e como as coisas irão acontecer; • Planejamento de endormarketing do sistema – como todos os colaboradores (condôminos, funcionários do condomínio, prestadores de serviços, empregados domésticos, etc.) do empreendimento irão ser apresentados ao sistema e qual a sua parcela de contribuição (lembre se: (a segurança é responsabilidade de todos); • Plano de auditoria e controle - trabalho que fará a comparação com os padrões estabelecidos e as operações desenvolvidas, adotará medidas corretivas, se for o caso ou serão estabelecidos novos parâmetros comparativos e será possível dimensionar se o sistema planejado e implantado está atingindo a meta e expectativa proposta. Devemos lembrar que este sistema é complexo e multivariado, pois condôminos mudam, há rotatividade de empregados, novos pontos de comércio são estabelecidos e outros fechados, etc., sendo que tudo isso deve ser contemplado no planejamento; • Elaboração das normas e procedimentos – descrição e perfil do cargo de cada função do sistema, bem como suas peculiaridades e modos de ação; • Plano de contingência – definição das situações críticas, de modo que os colaboradores durante a concretização do risco. Possuam um roteiro de ações que devem ser implementadas, tendo em vista que toda situação crítica gera uma urgência e não se pode depender da memória, pois todos são passíveis de erro. Daí a necessidade de um protocolo ou check-list, que irá auxiliar a equipe de atendimento a emergências em seu trabalho, para que todas as ações prioritárias sejam acionadas ou iniciadas. Aqui senhores Síndicos os cuidados que deverão ter com seus funcionários e o treinamentos a cada 15 dias. Em que o próprio sindico pode administrar e cobrar. Porteiros e vigilantes As medidas de segurança a serem adotadas por porteiros e vigilantes visam impedir a oportunidade do crime. Porteiros e vigilantes devem: • Conhecer todos os moradores; • Evitar contato direto com desconhecidos e visitantes; • Não dormir ou distrair-se durante o expediente; • Expressamente proibido ver televisão no posto; • Não transmitir informações sobre os moradores do condomínio a quem quer que seja; • Utilizar corretamente os meios de segurança existentes; • Conhecer localização do telefone público mais próximo para emergências; • Celular de cartão fornecido pelo condomínio somente para emergência; • (O ingresso de prestadores de serviço deve ser permitido em horários pré-determinados (agendamento prévio) e mediante identificação documento e crachá, cujos dados deverão ser anotados) - Das firmas que prestam manutenção que deveram entrar em contato com o sindico informando os nomes dos funcionários que farão a manutenção; • Só permitir o acesso de prestadores de serviço às dependências do condomínio devidamente acompanhadas • Ao atender estranhos (visitantes, entregadores de encomendas ou prestadores de serviço) manter os portões fechados e as pessoas do lado de fora. O portão somente deve ser aberto após a identificação do visitante e da autorização por parte do morador. Se há quaisquer dúvidas quanto à identidade do visitante, o morador deve descer à portaria para identificá-lo. • Vedar a entrada de entregadores de jornal, pizza, farmácia e outros fora do prédio – morador recebe as mercadorias na portaria; • Carteiro é sempre o mesmo. Quando tiver carteiro diferente deverá ser identificado, isto também com os funcionários da CEE, NET e outras prestadoras de serviço; • Na dúvida ligue para as prestadoras de serviço e perguntem os nomes dos funcionários que estão na missão; • Porteiro e vigilantes não saírem para frente do edifício para fumarem; • Manter as portas de depósito de lixo fechadas fora dos horários de coleta • Não ficar na calçada com as chaves da portaria no bolso (ex: ao lavar a calçada) • A portaria antes de abrir a porta para o morador deve verificar se não tem alguém junto ou tentando assaltar ou entrando junto; • Ao notar algo errado não abrir a porta principal; • Na dúvida nunca abra as portas. Reuniões periódicas com os moradores onde serão repassados normas de segurança interna e externas – Palestras que poderão ser ministradas aos condomínios por pessoal qualificado na área de segurança (Elementos nossos). Condôminos e moradores • Não entregar as chaves do apartamento ou dos veículos aos funcionários do prédio; • Obter informação de antecedentes de empregados domésticos bem como o endereço atual, e informá-los ao síndico; • Não permanecer em horários impróprios do lado de fora da portaria; • Manter sempre a porta do apartamento fechado; • Manter veículos fechados, com alarme acionado; • Informar ao zelador sobre grandes períodos de afastamento (férias, por exemplo) e proibir acesso de estranhos durante o período; • Elogiar o funcionário quando pratica uma atitude correta. A repreensão do funcionário quando age segundo as normas de segurança do prédio incentiva que ele dê uma esmorecida nas regas de segurança Zelador e Síndico • Manter atualizado endereços de empregados • Instalar equipamentos básicos de segurança • Manter em condições manter em condições os equipamentos de segurança • Estabelecer códigos com vizinhos e funcionários para denunciar ação de marginais • Estabelecer procedimentos de acesso para visitantes e representantes de empresas prestadoras de serviço • Entregadores não devem subir aos apartamentos. Esta é deselegante e impopular, uma medida de segurança. Quando pensamos em segurança, temos de pensar no que é certo e no que é errado • Fiscalizar as garagens periodicamente e estabelecer crachás de acesso Equipamentos e técnicas de segurança A melhoria da segurança condominial requer coletar dados do que precisa melhorar realizar um estudo da situação, formular alternativas e selecionar um plano a adotar. Há alguns itens que podem ser citados: • O porteiro tem de visualizar -e ficar atento a- todas as entradas. Caso haja qualquer obstrução da visualização devem instalar-se equipamentos (ex: câmeras) para substituir a visibilidade direta • Jardins e áreas verdes devem ser sempre visíveis • As portarias e guaridas devem estar devidamente protegidas • Instalar espelhos retrovisores nas garagens • Reforçar portões e grades • Instalar fechaduras e chaves de boa qualidade • Instalar circuito interno (câmeras) • Eventualmente, contratar patrulhamento ostensivo ou até cães de guarda • Verificar a iluminação das áreas externas do condomínio • Verificar / construir muros ou cercas • Instalar porteiro eletrônico ou interfone • Alarmes e sensores de presença devem ser testados periodicamente • Instalar relógio de vigia quando o porteiro faz ronda • Automatizar portas e portões • Fomentar a utilização de equipamento de comunicação (radio HT e telefones) • Instalar caixas com portinholas para recepção de encomendas • Nada, entretanto, substitui a atenção dos funcionários do condomínio Ao ligar para o 190 "Os policiais que atendem o 190 são qualificados para um atendimento imediato", essencial passar a maior quantidade de informações para que a viatura que vai atender a ocorrência tenha as melhores condições possíveis de efetuar um atendimento correto • Procure manter a calma; • Seja claro e preciso nas informações; • Responda às perguntas do atendente de maneira clara e objetiva; • Ao se referir ao local da ocorrência, forneça o endereço completo, com o do local, além de um ponto de referência de fácil localização e visualização (uma loja conhecida, locadora, praça, avenida, etc.); • Forneça característica e peculiaridades das pessoas envolvidas (sinais, cicatrizes, cor de roupa, etc.), tanto vítima quanto criminosos. No caso de ocorrência criminal, identifique se possível, se os criminosos estão armados; • Caso lembre posteriormente de informações adicionais (placa do carro envolvido na ocorrência, por exemplo) ligue novamente para o 190; os policiais são orientados em tempo real. Carlos Alberto Portolan

Um comentário:

Mauricio disse...

Parabens pela matéria, e digo que é muito convergente com minha opinião no que tange a participação coletiva no intuito de evitar as oportunidades geradas para ladrões plantonistas. Um bom treinamento dos funcionários e o comprometimentos dos moradoras são fundamentais, grande abraço.

Veja Tambem http://sistemasparacondominio.blogspot.com.br/